quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Tema 266: OBESIDADE E PANDEMIA: DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS.

A partir da leitura dos textos motivadores  e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema:  OBESIDADE E PANDEMIA: DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS. Lembre-se de apresentar  de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Texto 1

A indústria do alimento, do entretenimento e da obesidade

Quem é mais culpado pelo consumo de exagerado de sal, açúcar e gordura? A indústria de alimentos, o consumidor…?

Certamente há alguma responsabilidade de nossa parte enquanto consumidores. Mas essas são grandes empresas, com muitos recursos, e por isso coloco a maior parte da culpa neles. E não apenas por causa da epidemia de obesidade, mas também por causa da diabetes e de outras doenças ligadas aos alimentos que assolam o mundo. As empresas fazem seus produtos com engenharia de precisão para serem irresistivelmente doces, salgados e gordos. E usam o marketing, também preciso, para nos levar a não apenas gostar deles, mas a querer mais e mais. Fazem isso sabendo que pessoas se tornarão cada vez mais dependentes de seus produtos, mesmo tendo funcionários habilidosos e recursos para fazer versões verdadeiramente saudáveis de seus alimentos. Porém, para maximizar suas vendas, escolhem continuar a fazer os mesmos produtos. Não vejo a indústria de alimentos processados como má, ou como tendo a intenção de nos deixar muito acima do peso ou doentes. Ela faz o que todas as empresas querem fazer, que é ganhar o máximo de dinheiro possível vendendo mais produtos.

Na sua opinião, por que as taxas de obesidade nos EUA não se reduzem significativamente?

Temos desenvolvido uma dependência profunda e um hábito de consumir alimentos processados que é muito difícil de quebrar. E o governo federal ainda supervisiona um programa em que a indústria de laticínios levanta dezenas de milhões de dólares a cada ano para promover o consumo de queijo fundido, em grande parte como ingrediente dos alimentos processados.

Hoje, é mais fácil ter acesso a informações sobre alimentos? O consumidor sabe o que está comprando?

Sim e não. Alimentos que você compra no supermercado precisam ter informações nutricionais em seus rótulos. E os restaurantes de fast food de Nova York, por exemplo, devem informar as calorias em locais visíveis. Mas, as pessoas que mais precisam de ajuda para controlar e melhorar a sua dieta são as menos aptas a prestar atenção nesses avisos e informações. Ou por falta de educação, ou por falta de tempo, ou ambos. E, claro, tentar montar uma dieta saudável baseada em alimentos embalados é muito difícil até para consumidores experientes. Ou seja: a informação ao consumidor, sozinha, é ineficaz.

O que achou da recente determinação do governo dos EUA de banir a gordura trans nos alimentos?

Fantástica. Alguns anos atrás, o governo exigiu que as empresas revelassem que usavam gordura trans, e nos livramos de 85% dela. Mas a proibição me parece necessária para se conseguir o restante. E mesmo que isso não seja fácil ou barato (o custo estimado é de US$ 6 bilhões), se livrar das últimas gorduras trans vai economizar US$ 130 bilhões por ano em custos médicos.

Que tipo de processado você come mais? Seus filhos também comem?

Gosto de batatas chips, pizza e cachorros-quentes, em casa ou num jogo de beisebol. Doces, refrigerante e biscoitos não me seduzem. E, claro, penso sobre a pesquisa que fiz. Lembro como a junk food é projetada para me fazer querer mais. Mas sou sortudo e posso comer um punhado de batatas chips e não ficar tentado a comer o saco inteiro. Meu objetivo com a junk food é não evitá-la completamente, mas ter controle em relação a ela. Não a bani da minha vida ou mesmo da dieta dos meus dois meninos. Nós apenas tomamos cuidado para não comer muito, e a consideramos como um prazer ocasional.

Fonte: O Globo

Texto 2

obesidade infantil é um reflexo da forma da nossa sociedade ocidental, onde se privilegiam as atividades intelectuais (saudáveis ou não) em detrimento das atividades físicas, onde se estimula constantemente o consumo de bebidas e guloseimas cheias de açucar e fast-foods, e onde o entretenimento vazio (fútil) é a mola que impulsiona a hipnose coletiva.

Essa parece uma crítica amarga, mas apenas serve de alerta para as escolhas, direcionamentos e os rumos que viemos tomando enquanto sociedade globalizada e suas consequências contra o desenvolvimento saudável das pessoas.

O documentário Muito Além do Peso mostra a realidade das crianças brasileiras que enfrentam o problema da obesidade: a discriminação que sofrem, a vontade de emagrecer, a sedução por parte da indústria alimentícia etc. Mostra a falta de opção por alimentos saudáveis e por uma vida saudável, devido aos ambientes sociais serem transformados pelos estímulos da indústria alimentícia.

Mostra também realidades assustadoras, como, por exemplo, que 56% dos bebes brasileiros tomam refrigerantes frequentemente antes do primeiro ano de vida – sendo que os refrigerantes contêm uma grande quantidade de açucar, além de uma série de produtos químicos artificiais; coisas que fazem muito mal para a saúde e o desenvolvimento das crianças.

De acordo com os dados do documentário, 33,5% das crianças brasileiras sofrem de sobrepeso ou de obesidade, ou seja, 1/3 da população infantil tem sido transformada em potenciais doentes a caminho de doenças degenerativas que vêm minando a humanidade contemporânea. Nas palavras do médico endocrinologista,  Amélio F. de Godoy Matos, chefe do Serviço de Metabologia IEDE: “A obesidade está relacionada com as maiores pandemias modernas…com o diabetes, que é uma pandemia moderna, e ela é a causa maior do diabetes tipo 2. Ela está relacionada com as doenças vasculares, que é uma outra pandemia – é a maior causa de mortalidade do mundo atual, e ela vem da obesidade, do excesso de peso. Ela está relacionada com a depressão, ela está relacionada com o estresse; ela está relacionada com alguns tipos de câncer. As grandes pandemias modernas têm na sua base um excesso de peso.”. Fonte: https://www.epochtimes.com.br/industria-alimento-entretenimento-obesidade/


Texto 3

Relatório culpa indústria alimentar por obesidade e desnutrição Corinne Gretler e Naomi Kresge 28/01/2019 

A Big Food, como são chamadas as grandes empresas multinacionais de alimentos e bebidas, são retratadas como a nova Big Tobacco, as maiores multinacionais da indústria do tabaco, em um relatório abrangente que liga a influência do setor a uma epidemia global de obesidade e também à desnutrição e à mudança climática. A Comissão sobre Obesidade do periódico médico-científico The Lancet considera que um setor focado no crescimento é culpado por um sistema que empanturra as populações com calorias vazias, ao mesmo tempo em que usa indevidamente terras, energia e outros recursos. Sem citar empresas, o relatório divulgado na noite de domingo pediu que a influência do setor liderado por multinacionais como Nestlé, McDonald's e Coca-Cola -- fosse restringida nas discussões relacionadas a políticas públicas. Elaborado durante três anos, o relatório ecoou acusações feitas anteriormente a setores como tabaco, álcool, energia e armas de fogo, por usar influência política para moldar leis, políticas e diretrizes de saúde. O painel composto de 43 membros apontou as proezas do lobby das empresas de alimentos como uma explicação para recomendações nutricionais que às vezes são contrárias a evidências científicas. "Embora os alimentos sejam claramente diferentes do tabaco porque são necessários para sustentar a vida humana, esse não é o caso dos alimentos e bebidas não saudáveis", disse William Dietz, professor da Universidade George Washington e um dos autores, em um comunicado. "As semelhanças com a indústria do tabaco estão nos danos que ambas provocam e no comportamento das corporações que lucram com isso." https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2019/01/28/relatorio-culpa-industria-alimentar-por-obesidade-e-desnutricao.htm?cmpid=copiaecola

Texto 3

Mariana Nakajuni

Da Agência Einstein

03/04/2021 04h00

No Brasil, cerca de 20% das pessoas com mais de 18 anos estão obesas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Frente à covid-19, este cenário pode se agravar. O Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP) realizou um estudo envolvendo 14.259 indivíduos e mostrou que, durante a pandemia, 19,7% deles tiveram um aumento de ao menos 2 kg em seu peso, enquanto 15,2% dos participantes viram uma redução nos números da balança.

"A pandemia do novo coronavírus complica a situação [da obesidade], pois  leva a um confinamento da população, reduzindo a prática de atividade física e aumentando a ingestão alimentar", explica Paulo Rosenbaum, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Publicada na Revista de Saúde Pública, a pesquisa mostra também que o aumento de peso está associado a pessoas de escolaridade mais baixa. Uma das possíveis razões apontadas é o menor acesso dessa população a produtos frescos, além de uma maior exposição à publicidade de alimentos pouco saudáveis. O estudo também indicou que, entre pessoas que já apresentavam sobrepeso antes da pandemia, há pouca diferença entre a proporção de pessoas que ganharam e perderam peso nesse período —22,7% e 21,4%, respectivamente. "É possível que uma parcela dos participantes com essa condição tenha tido uma maior preocupação com a saúde e procurado desenvolver comportamentos mais saudáveis, com consequente perda de peso", afirmam os pesquisadores. Já o grupo que relatou aumento de peso pode ter sofrido maior impacto emocional dentro do contexto de isolamento. Fonte:  https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/04/03/pesquisa-um-em-cada-cinco-brasileiros-ganhou-peso-durante-a-pandemia.htm?cmpid=copiaecola

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