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Alcoolismo nunca
foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje,
no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada
vez mais cedo. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a
dependência do álcool no futuro.
Para essa
reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu
bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O
primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela
sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha
fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que
eles bebam porque, afinal, todos bebem.
Sem desprezar os
fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool
reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver
alcoolismo –, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio
da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo
dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para
que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
Não é raro o
problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não
que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão
vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas
num final de semana.
Não se pode
esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que
o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam
potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo
aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que
se expõem os usuários.
Proibir apenas que
os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a
preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível
quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.
EFEITOS METABÓLICOS
Drauzio – Qual é a diferença dos efeitos metabólicos
do álcool no corpo dos meninos e das meninas adolescentes?
Ronaldo Laranjeira – A grande diferença é que a mulher tem um padrão
enzimático de absorção do álcool mais efetivo e rápido, porque possui
relativamente mais gordura e menos água no organismo. Se compararmos uma menina
e um menino, com mesma estatura e peso, que tenham ingerido quantidade igual de
álcool, veremos que a concentração alcoólica é maior no sangue da menina. Sendo
assim, o dano biológico que o álcool produz nela é mais devastador.
Daí, nossa
preocupação com essa mudança substancial no padrão de consumo do álcool na
adolescência. Estudos considerando a população adulta do Brasil mostram que 50%
das mulheres e 30% dos homens não bebem nada. Entre os adolescentes, essa
diferença desapareceu em apenas uma geração. Independentemente do sexo, 25% dos
adolescentes bebem em quantidades perigosas do ponto de vista biológico. As
meninas que estão começando a beber precocemente grandes volumes, com certeza,
irão apresentar no futuro mais danos biológicos do que suas mães e seus colegas
meninos.
INCENTIVO AO CONSUMO
Drauzio – Ao que você atribui a tendência ao
alcoolismo ter-se tornado mais acentuada na adolescência e a das meninas
beberem mais do que suas mães?
Maurício de S. Lima – A propaganda dirigida ao público jovem é mais
intensa hoje e existem produtos desenvolvidos especialmente para essa faixa
etária. Um exemplo são as sodas alcoólicas que, apesar de aparentemente
fraquinhas, contêm teor alcoólico muito mais elevado do que a cerveja. Outro
motivo de grande preocupação é alguns
pais permitirem que os filhos bebam porque não veem problema na bebida. A
justificativa é que, afinal, todos os adolescentes bebem. Por isso, aceitam
como normal o fato de os filhos começarem a consumir álcool cada vez mais cedo.
Hoje, é comum os adolescentes se reunirem na casa de um deles para o
“esquenta”, ou seja, para beber alguma coisa e chegar meio alcoolizados à
festa. Se não for assim, parece que a festa não tem graça.
Ronaldo Laranjeira – É importante destacar essa ideia de que, no
Brasil, muitos pais acham normal os garotos de 14 anos beberem grandes volumes.
Isso não acontece em países como os Estados Unidos, por exemplo, onde 21 anos é
a idade mínima que a pessoa precisa ter para comprar bebida alcoólica, porque
se chegou à conclusão de que o consumo precoce de álcool, além de aumentar o
risco de acidentes, facilita o uso de outras drogas.
E lá a lei não
ficou só no papel. Seu cumprimento passou a ser rigorosamente acompanhado por
fiscais que controlam a venda de bebida para menores. Nos últimos 20 anos,
graças a essa fiscalização efetiva, caiu muito o número de acidentes
relacionados com o “beber e dirigir” naquele país.
CONTROLE DO CONSUMO
Drauzio – No Brasil, não existe nenhum tipo de
controle. Moro no centro de São Paulo, bem perto de um grande colégio, na
frente do qual funciona um supermercado. Frequentemente de manhã, quando saio
de casa, vejo um grupo de alunos do segundo grau, portanto entre 14 e 17 anos,
tomando cerveja na porta do supermercado. É óbvio que conseguiram comprar
cerveja apesar da pouca idade.
Ronaldo Laranjeira – Uma pesquisa realizada por nossa equipe em Diadema
e Paulínia, duas cidades paulistas, mostrou que os entrevistadores adolescentes
conseguiram comprar bebida alcoólica em 95% dos estabelecimentos visitados
(mundialmente, a taxa aceitável é de 10%), o que denota total descontrole da
situação.
Na verdade, vivemos
num mercado descontrolado, estrategicamente favorecido pela indústria do
álcool. No Brasil, há um milhão de pontos de venda de álcool, um para cada 180
mil habitantes, a propaganda é bastante intensa, o preço é baixo e prevalece a
falta de controle sobre a comercialização da bebida para menores de idade.
Drauzio – O custo da bebida alcoólica também tem
papel importante no alcoolismo.
Ronaldo Laranjeira – Sem dúvida, o preço baixo é um dos fatores que
facilitam o consumo de álcool pelos adolescentes. Nas reuniões da Organização
Mundial de Saúde, quando se fala que, no Brasil, um litro de pinga custa meio
dólar e a latinha de cerveja, menos do que a de coca-cola, ninguém acredita.
Outro fator de risco importante é a ausência de controles sociais que ajudem as
pessoas a beber menos ou a retardar o começo do beber regular que, no nosso
país, ocorre em torno dos 14 anos.
Maurício de S. Lima – Já que estamos falando em controles sociais, é
fundamental destacar que eles devem começar em casa. Muitos pais dão mau
exemplo, quando se vangloriam de que secaram uma garrafa de uísque ou não sei
quantas latinhas de cerveja no fim de semana. Os filhos chegam à adolescência
ouvindo isso de uma pessoa que lhesw serve de referência, o que de certa forma
acaba incentivando-os a consumir álcool.
Sempre vale a pena
repetir também que, se a bebida alcoólica traz prejuízos para o adulto,
prejudica muito mais o corpo ainda em formação do adolescente. A época do
estirão puberal, por exemplo, é extremamente contra-indicada para o contato com
o álcool, uma substância tóxica que se distribui por todos os órgãos do
organismo.
Drauzio – Você poderia explicar o que é o estirão
puberal?
Maurício de S. Lima – É a famosa espichada que ocorre na adolescência. A
criança cresce num determinado ritmo, que é acelerado quando chega a puberdade.
Nessa fase de crescimento rápido, o contato com o álcool é muito prejudicial
para o organismo. Isso para não falar no aumento do número de acidentes que seu
consumo provoca nessa e em qualquer outra faixa de idade.
Drauzio – Na verdade, o álcool é tóxico em qualquer
dose.
Ronaldo Laranjeira – É tóxico em qualquer dose; a diferença está só na
intensidade dos efeitos tóxicos. Doses mais baixas têm menos toxicidade do que
as mais altas, o que não quer dizer que, consumido em pequenas quantidades, o
álcool deixe de trazer danos biológicos para as mulheres grávidas e para os
adolescentes, por exemplo. Traz, sim, embora a propaganda se encarregue de
fazer as pessoas se esquecerem do componente tóxico do álcool, principalmente
durante o crescimento, quando não só o corpo, mas também o cérebro se desenvolve
numa velocidade espantosa.
No Brasil, a
maioria dos adolescentes ainda não bebe, mas os que bebem, bebem muito e com
picos de consumo. Embora pouco se fale, esse padrão de consumo – a pessoa não
bebe nada durante a semana, mas no fim de semana bebe cinco vodcas ou dez
cervejas -, do ponto de vista biológico, é muito danoso para o organismo.
Maurício de S. Lima – É bom pensar que para conseguir beber cinco vodcas
ou dez cervejas num dia, antes o adolescente começou por uma bebida que eles
chamam de “light”, mas que nada tem de “light”, em casa ou numa festa.
A questão é que,
atualmente, festa de adolescentes sem bebida alcoólica parece que não tem
graça. Já vi muitos deles insistindo – “Pai, se na minha festa não tiver alguma
coisa para beber, meus amigos não vão”, isso aos 13 anos e não aos 17, 18 anos.
Conheço um pai que acabou cedendo e permitiu que servissem uma bebida fraquinha
na festa do filho. Mesmo assim, um dos convidados exagerou na dose e passou
mal. No dia seguinte, o pai desse garoto foi reclamar na escola da
irresponsabilidade do outro que tinha oferecido bebida para quem não estava
acostumado e não sabia qual era o momento de parar.
Drauzio – O que você acha que os pais devem fazer
quando o adolescente insiste messe ponto?
Maurício de S. Lima — Não devem dar a festa com bebida alcoólica.
Ronaldo Laranjeira – Temos de acreditar nas leis e respeitá-las. No
Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente deixa claro que é proibido
oferecer até os dezoito anos qualquer tipo de substância que aja no cérebro da
criança. Então, os pais que, em sua casa ou numa festa, permitem servir bebida
alcoólica para adolescentes estão infringindo a lei do país.
CONHECENDO LIMITES
Drauzio – O álcool é uma droga socialmente aceita.
Como o pai pode ajudar o filho a conhecer seus limites?
Ronaldo Laranjeira – Em casa, em situações familiares bem definidas,
mesmo o filho sendo menor, o pai pode ensiná-lo a beber. Aliás, isso foi sempre
feito assim. Nas culturas mediterrâneas, as crianças aprendem a beber nas
cerimônias de família, como parte de um ritual. No almoço de domingo, por
exemplo. Entretanto, nesse contexto alimentar harmonioso, que inclui o vinho, a
intoxicação alcoólica é condenada.
Muito diferente é o
pai permitir que na festa do filho crianças de 13, 14 anos bebam com o objetivo
de intoxicar-se. Porque querem bebidas destiladas para ter um “barato”, não são
poucos os adolescentes desistem de participar das festas, quando o convidado
principal – o álcool – não está presente,
Maurício de S. Lima – Muitos pais perguntam se o filho não ficará
frustrado se não houver bebida alcoólica na sua festa. Se ficar, não tem
importância. Frustração faz parte da vida. Eu mesmo fico frustrado todos os
dias, às vezes, várias vezes no mesmo dia. Portanto, ótimo que o filho se sinta
frustrado num ambiente em que o assunto pode ser ventilado e discutido. Essa é
uma forma que ele tem de aprender a lidar com as frustrações que, sem dúvida
alguma, terá de enfrentar em muitos outros momentos da vida. O problema é que a
relação pais e filhos está mais difícil, porque os filhos estão se tornando
cada vez mais exigentes e os pais, com mais dificuldade de dizer não.
Drauzio – Na verdade, os pais se sentem inseguros
porque, se proibirem o filho de beber em casa, ele podem beber escondido na
rua; se não deixarem que sirvam bebida na sua festa, ele beberá nas outras a
que for convidado.
Ronaldo Laranjeira – Dentro de casa deve existir um padrão de
comportamento baseado naquilo que os pais acreditam. Fora de casa, eles têm de
buscar um tipo de ambiente que os filhos possam freqüentar e não devem tolerar
que nesses locais haja descontrole no consumo de álcool.
Aliás, como
cidadãos, os pais devem pressionar as autoridades para que medidas eficazes
sejam tomadas nesse sentido. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos e em outros
países desenvolvidos e democráticos que criaram leis rígidas sobre o uso do
álcool por adolescentes.
Na minha opinião,
faz parte do processo democrático contar com uma sociedade preocupada em
proteger seus membros, em especial os mais vulneráveis como são os dessa faixa
de idade, uma vez que cada vez mais eles estão indo para longe de casa. Antes
as famílias exerciam controle maior sobre os lugares que os filhos
freqüentavam. Eles saiam, mas ficavam a dois quarteirões de distância. Agora,
vão para o outro lado da cidade. A sociedade se sofisticou nas opções de lazer
oferecidas aos adolescentes. Por isso, repito, é papel dos pais, como cidadãos,
lutar por uma política de fiscalização nos ambientes que os filhos costumam
frequentar.
Maurício de S. Lima – Os pais devem conversar com os filhos adolescentes
e fazer a distinção entre duas condutas absolutamente diferentes: beber um
cálice de vinho no contexto familiar, como parte de um ritual, e beber com o
objetivo de ficar embriagado para a festa ter graça, por exemplo. Essa postura
de diálogo em casa a respeito das preocupações paternas talvez seja a única
coisa a fazer para que, na hora de tomar uma decisão diante da oferta de bebida
alcoólica, os filhos pensem antes de agir e não ajam sem pensar.
Drauzio – Meu pai só tinha certezas. Eu nunca pude
beber em casa antes dos 18 anos. Não se discutia, era proibido e pronto! Os
pais de hoje têm muitas dúvidas quanto à melhor forma de educar os filhos. Como
essa hesitação se reflete na vida dos adolescentes?
Maurício de S. Lima – Ela é péssima para os adolescentes. Eles se sentem
mais seguros, quando os limites são colocados com clareza pelos pais. Podem até
discordar, podem reclamar, o que normalmente acontece, mas depois refletem e
acabam concluindo que foi bom terem sido alertados sobre determinadas situações
de risco ou que foi bom o pai ter sido rígido exigindo respeito a certos
princípios.
Atualmente, muitos
pais chegam a consultar os filhos sobre o que acham conveniente fazer em determinadas
situações, quando cabe a eles e não aos filhos a iniciativa de achar a melhor
resposta para o problema.
No tempo de nossos
pais ou avôs, bastava um olhar para os mais novos entenderem o que os mais
velhos queriam. Hoje, ganhamos muito com a possibilidade do diálogo entre pais
e filhos para chegarmos a um consenso. Entretanto, em assuntos como o do
álcool, esse meio-termo não existe: os limites têm de ser colocados com
firmeza. Na maioria dos casos, infelizmente, não é isso que os pais estão
fazendo no momento.
Ronaldo Laranjeira – Sob esse ponto de vista, há dois parâmetros a
considerar. O primeiro são os valores da família. Se os pais acham que o filho
não deve ser iniciado no álcool antes dos dezoito anos ou que por motivos
religiosos não deve beber, têm de deixar claro os limites impostos. O outro diz
respeito à segurança. O adolescente precisa saber que beber fora de casa
implica risco maior de sofrer vários tipos de acidentes e atos violentos. Há
estudos categóricos provando isso. Portanto, mesmo abertos ao diálogo, em
relação à segurança dos filhos não cabe discussão: os pais não devem autorizar
que bebam fora de casa.
Maurício de S. Lima – Os pais não hesitam ao proibir que a criança
pequena entre na cozinha quando há panelas sobre o fogão ou ande por locais
perigosos. Da mesma forma que colocam telas na janela para evitar que caiam,
precisam colocar “telas” emocionais para que o adolescente não se lance em
situações perigosas, haja vista que os acidentes são a primeira causa externa
de morte nessa faixa de idade, especialmente os acidentes relacionados com o
consumo de álcool.
DEPENDÊNCIA
Drauzio – Normalmente, a dependência do álcool leva
anos para estabelecer-se. Mesmo assim, é possível o adolescente tornar-se
dependente?
Ronaldo Laranjeira – De fato, a dependência do álcool leva anos para
estabelecer-se. Porém, um artigo publicado há pouco tempo no “Pediatrics” mostrou que a exposição precoce à bebida
alcoólica na adolescência aumenta muito a probabilidade de a pessoa tornar-se
dependente.
Expor o cérebro em
formação, principalmente no estirão da puberdade, à bebida alcoólica faz com
que o jovem valorize o prazer químico do álcool e passe a usá-lo regularmente.
Por isso, se comparada com a dos adultos que é de 11%, a prevalência do
alcoolismo é baixa na adolescência, gira em torno de 2%, 3%. Mas, se levarmos
em conta que os adolescentes estão começando a beber cada vez mais cedo, com
certeza, as taxas de dependência do álcool vão subir muito nessa população de
jovens que começou a beber cedo.
Drauzio – O que você chama de alcoolismo?
Ronaldo Laranjeira – Existem três padrões de consumo de bebida
alcoólica. O padrão de baixo risco para os adultos é beber um ou dois copos de
vinho, ou o equivalente em teor alcoólico, por dia. A maioria das pessoas
tolera esse nível de toxicidade do álcool e não paga um preço biológico alto.
Há quem diga até que esse padrão de consumo tem efeitos positivos.
Se beber mais do
que isso, porém, estará fazendo uso nocivo do álcool, embora ainda possa não
ser dependente. A dependência se caracteriza pelo uso regular de álcool em
grandes volumes. Esse procedimento indica que a pessoa já se tornou tolerante e
não bebe mais pelos efeitos agradáveis que a bebida possa provocar. Bebe porque
precisa. Se não o fizer, fica irritada. Quem se vangloria de beber cinco doses
de vodcas, de uísque ou dez latinhas de cerveja sem ficar bêbado já demonstra
sinais de dependência porque pode expor o organismo a grandes volumes sem
alterar o comportamento.
FATORES DE RISCO
Drauzio – Existem fatores de risco para o
alcoolismo na adolescência?
Mauricio de S. Lima – Existem, sim, para o alcoolismo e para a
dependência de qualquer outra droga. Existem até características que são
geneticamente transmitidas, mas nem todos os que as possuem se tornam
dependentes. Como Dr. Ronaldo falou, há pessoas que bebem e param sem criar
dependência. A grande questão, porém, é que é impossível saber quem irá
tornar-se dependente no futuro. Ninguém pode correr esse risco com os
adolescentes, sobretudo porque nessa fase da vida, eles são tomados por um
falso sentimento de onipotência: acham que tudo podem e que, portanto, pararão
de beber quando quiserem. Outro fator que pesa muito é pertencer a uma turma em
que todos bebem.
É importante
destacar, ainda, que alguns adolescentes estão mais propensos a desenvolver
esse tipo de comportamento. Vão a festas porque tem bebida e não por qualquer
outro prazer que ela possa proporcionar.
Talvez, daqui a
alguns anos, consigamos mapear essa tendência e alertar o jovem para que não
entre em contato com determinadas substâncias porque, geneticamente, a
probabilidade de tornar-se dependente é grande. Como não dominamos esse
conhecimento ainda, a questão do álcool na adolescência deve ser tratada com
muita cautela.
Drauzio – O adolescente que bebe está mais propenso
a usar outras drogas?
Ronaldo
Laranjeira – Disso ninguém tem dúvida. Uma das
evidências mais consistentes na literatura médica é que o uso de álcool ou de
cigarro antes dos 16, 17 anos aumenta muito o risco de experimentar maconha e,
depois, partir para outras drogas.
A PARTIR DO TEXTO DE APOIO E DE SUAS VIVÊNCIAS, ESCREVA UM TEXTO DISSERTATIVO, ENTRE 15 E 40 LINHAS, SOBRE O TEMA:
CONSUMO DE ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA: COMO FREAR ESSA PRÁTICA?