quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Tema 245: DESAFIOS PARA PROMOVER A VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES

A partir da leitura dos textos motivadores e de seus conhecimentos de mundo, reflita e escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discorra sobre o seguinte tema: DESAFIOS PARA PROMOVER A VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES 


TEXTO 1

As reivindicações dos professores por melhores condições de trabalho são muito antigas. As paralisações evidenciam que ser docente, no Brasil, significa lutar pela sua valorização profissional. Entretanto, ainda que sumamente importante, o salário é apenas um dos componentes que devem ser avaliados quando o assunto é valorização docente. Segundo a professora do departamento de educação da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcia Jacomini, “Por mais que esse reconhecimento apareça entre os discursos sociais, não necessariamente se traduz em medidas concretas de valorização desse profissional. A sociedade não pode aceitar que o Estado não negocie com os professores, permitindo assim greves extremamente longas. É preciso que se mobilize para o cumprimento do direito à educação a toda a população e que exija das autoridades competentes condições salariais e de trabalho adequadas aos profissionais da educação”. 

Valorizar o professor envolve várias questões. Uma delas está ligada ao reconhecimento da importância dessa profissão na sociedade contemporânea. No entanto, por mais que esse reconhecimento apareça entre os discursos sociais, ele não necessariamente se traduz em medidas concretas de valorização desse profissional. 

O primeiro deles é as condições de trabalho. É necessário contar com escolas que tenham infraestrutura adequada para a realização das atividades, o que envolve a disponibilização de recursos. Se há 40, 50 anos atrás não tínhamos computadores nas escolas, hoje ter acesso à tecnologia, internet é importante, não dá para se pensar em escolas só com lousa e giz. 

Dentro das condições de trabalho, temos ainda a questão da jornada. O trabalho docente tem uma especificidade em relação à maioria das profissões por se estender para além do momento de atuação, no caso, para além da sala de aula; é preciso considerar horas de formação/planejamento para que esse professor esteja preparado para dialogar com as questões sociais, culturais, econômicas, políticas, fundamentais para suas práticas, independente de sua especialidade. 

A outra questão relacionada à condição de trabalho é a salarial. Isso é tão verdade que temos uma meta no Plano Nacional de Educação, meta 17, que aborda a equiparação salarial. No estado de São Paulo, por exemplo, a diferença entre a média salarial dos profissionais com ensino superior e a dos professores, com mesmo nível de formação, é a mais alta. Isso significa que, concretamente, esse profissional não é valorizado. 

Uma das formas de valorização docente é o estabelecimento de uma carreira atrativa, que estimule e que incentive as pessoas a desejarem a formação em cursos de licenciatura. Também há de se considerar o grau de dispersão salarial, ou seja, a diferença entre o salário final e inicial na carreira. Se o salário inicial é muito baixo, a profissão não será atrativa aos jovens, mesmo que no decorrer da carreira seja possível chegar a um salário melhor. 

A existência dos planos de carreira é muito importante, com garantias de progressão, da formação continuada, da possibilidade de afastamento para os estudos. 

É fundamental o investimento na formação inicial e continuada. Eu diria que precisaríamos fazer uma espécie de revolução na formação inicial do professor. Uma parte disso tem a ver com garantir que ela seja feita em nível superior e, preferencialmente, nas universidades públicas, exatamente o oposto do que acontece hoje. Fonte: educação integral.com.br 


TEXTO 2

Brasil tem 2,6 milhões de professores e é 1° em ranking global de agressão a educadores: números da profissão no país Fonte G1 


TEXTO 3 

Salário de professores com nível superior é 30% menor que de profissionais com a mesma escolaridade 

Em 2018, o rendimento médio dos professores da educação básica com curso superior correspondia a 69,8% do salário médio dos profissionais de outras áreas com o mesmo nível de escolaridade. Enquanto a média salarial de quem ensina foi de R$ 3.823 no ano passado, a do conjunto dos trabalhadores brasileiros graduados ficou em R$ 5.477, segundo o Anuário Brasileiro da Educação 2019. Ao se comparar o salário médio dos profissionais de áreas de exatas ou saúde, a defasagem é de 50%. 

Ano passado, de cada 100 brasileiros 17 tinham ensino superior – um aumento em relação a 2016, quando eram apenas 15. O principal destino dos alunos de nível superior ainda é a universidade privada. Mas o levantamento mostra que as universidades públicas já são consideravelmente inclusivas: em 2018, cerca de 74% dos alunos dessas instituições tinham vindo de escolas públicas. 







Fonte: Estado de Minas


Ao escrever seu texto, lembre-se de identificar a problemática que envolva o tema proposto e aponte propostas de intervenção para esse problema. Para defender sua tese, seja claro e coerente, e use argumentos consistentes com base em dados e fatos.


 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Tema 244: POR QUE O ABORTO DEVE OU NÃO DEVE SER LEGALIZADO NO BRASIL?

 

A partir da leitura dos textos motivadores e de seus conhecimentos de mundo,  reflita e escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discorra sobre o seguinte tema: POR QUE O ABORTO DEVE OU NÃO DEVE SER LEGALIZADO NO BRASIL?

TEXTO 1

O aborto é considerado crime no Brasil, exceto os casos em que haja risco de vida para a gestante ou quando o feto foi gerado em decorrência de um estupro. Nos Estados Unidos, o aborto é legalizado desde 1973. Na Inglaterra, ele é legal até a 24ª semana de gestação e, na França, é permitido até as 12 semanas, por solicitação da mulher, e no segundo trimestre, por razões médicas.

As Igrejas Católica e Evangélica condenam qualquer prática abortiva, até mesmo de feto anencéfalo (sem cérebro, cerebelo e tronco cerebral), pois consideram que a vida inicia assim que o embrião é formado. A ciência diverge sobre este assunto, mas alguns cientistas defendem que a vida surge após a 12ª semana de gestação, que é quando começa a formação do sistema nervoso central.

Fonte: Brasil Escola https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/banco-de-redacoes/tema-discutindo-a-legalizacao-do-aborto.htm

 

TEXTO 2

O Senado argentino aprovou a legalização do aborto no território argentino até a décima quarta semana de gestação. Até então, a Argentina tinha uma legislação similar à brasileira e permitia a interrupção da gravidez apenas em casos de estupro ou se houvesse riscos à saúde da mulher.

A legalização do aborto no país vizinho foi uma das propostas eleitorais do atual presidente Alberto Fernández, conquistado sob forte pressão das massas populares que exigiram esse justo direito às mulheres. A atual legislação prevê a interrupção da gravidez por tempo indeterminado à mulheres grávidas após abusos sexuais e também àquelas em que a gravidez ocasione risco à  vida. Adolescentes menores de 13 anos poderão realizar o aborto se acompanhadas de um dos pais ou responsável, já as meninas entre 13 e 16 anos poderão apresentar-se sozinhas para o procedimento, precisando de autorização dos pais apenas se o aborto representar risco à saúde. As maiores de 16 anos poderão decidir sozinhas.

Na  Coreia do sul, por sua vez, a interrupção voluntária da gestação deixou de ser aceita apenas em casos de estupro ou riscos à saúde da mulher e se estendeu a qualquer mulher com uma gestação indesejada desde o dia primeiro deste ano. A lei do país que criminalizava o aborto, esteve em vigor por 67 anos, foi considerada ilegal de acordo com a constituição Sul Coreana e teve sua validade expirada.

Porém, como é de se esperar, nos países citados também há grupos conservadores que tentam antagonizar e levar as conquistas das mulheres ao recuo. Grupos conservadores pró-vida forçam emendas constitucionais que dificultem a efetivação da legalidade do direito ao aborto, como por exemplo, proibi-lo após 6 ou 10 semanas de gestação e dar aos médicos o direito de se negarem a realizar o procedimento. Neste sentido, é preciso manter a luta constante por novos direitos e, sobretudo, pela manutenção dos já conquistados, uma vez que os direitos reprodutivos femininos não se reduzem apenas ao aborto, mas educação sexual, medicina preventiva, pré-natal, acesso facilitado a ginecologistas e métodos contraceptivos, entre outros, e todos esses direitos são alvos de ataque por grupos conservadores ao redor do mundo.

Em toda a América Latina, além da Argentina, o aborto apenas é legalizado na Guiana Francesa, na Guiana, no Uruguai, em Cuba e em Porto Rico. No Brasil, a legislação vigente permite que o aborto legalizado seja realizado apenas em casos de estupro, risco à saúde da mulher e anencefalia do feto.

Fonte: https://www.causaoperaria.org.br/a-legalizacao-do-aborto-na-coreia-do-sul-e-na-argentina/

 

TEXTO 3

A dificuldade enfrentada por uma menina de 10 anos para realizar um aborto em um hospital no Espírito Santo após ser vítima de estupro repercutiu na Câmara dos Deputados. Até o mês de setembro deste ano, a Casa recebeu 22 projetos de lei que tratam sobre aborto, um aumento de 83% em relação às 12 proposições feitas no mesmo período de 2019.

A maioria dos projetos de lei foram apresentados por parlamentares homens: 19 das 36 proposições nesses dois anos. Eles também assinam outras duas propostas coletivas sobre o assunto. O campeão é o deputado Capitão Augusto (PL-SP), com nove projetos desde 2017. Em um deles, ele pede "reclusão de três a seis anos" a quem "provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque". Atualmente, a pena é de um a três anos de reclusão.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/14/projetos-de-lei-aborto-camara-dos-deputados.htm?cmpid=copiaecola

 

TEXTO 4

Só até junho, ao menos 642 meninas de dez a catorze anos foram internadas no SUS para fazer um aborto, seja por decisão médica ou legal ou por complicações na gravidez. É quase a mesma quantidade de meninas dessa faixa etária internadas por asma, também até junho. Em 2019, a cada dia foram internadas por aborto, em média, cinco crianças de até catorze anos, segundo os dados do Ministério da Saúde. Dez anos atrás, a média era o dobro disso. A maioria dessas crianças é preta, parda e vive no Nordeste. Os números oficiais são subnotificados, já que não levam em conta os abortos feitos ilegalmente. Ainda assim, permitem traçar um quadro alarmante.

Em 2019, o SUS registrou cerca de 195 mil internações por aborto (espontâneos e por decisão judicial ou médica). Foi uma média de 535 por dia. Os abortos por motivos previstos em lei são minoria. A cada 100 internações por aborto, 99 foram de abortos espontâneos e tipos indeterminados de gravidez interrompida. Só 1 foi aborto previsto em lei.

Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/os-abortos-diarios-do-brasil/

TEXTO 5


 TEXTO 6 


TEXTO  7





Ao escrever seu texto, lembre-se de identificar a problemática que envolva o tema proposto e aponte propostas de intervenção para esse problema. Para defender sua tese, seja claro e coerente, e use argumentos consistentes  com base em dados e fatos.