quinta-feira, 31 de março de 2022
Tema 281: a acessibilidade no contexto brasileiro
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre este tema: A ACESSIBILIDADE NO CONTEXTO BRASILEIRO.
quinta-feira, 24 de março de 2022
Tema 280: OS DESAFIOS PARA ALCANÇAR MAIOR REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NA POLÍTICA
terça-feira, 15 de março de 2022
Tema 279: Mudanças climáticas e direitos humanos
Considere, abaixo, parte da entrevista da ex-presidente da Irlanda e Alta Comissária das
Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, publicada no Jornal
Valor Econômico, em 2016, e aqui reproduzida a partir do site
https://www.fronteiras.com/. Nessa entrevista, a ex-presidente aborda o tema “Mudanças climáticas e direitos humanos”.
Por
que as mudanças climáticas são uma questão de direitos humanos?
M.R.:
Porque estão corroendo uma série de direitos, particularmente os sociais.
Direito à alimentação, à água. E também estão corroendo a saúde, tirando as
pessoas de seus lugares. Existe uma grande injustiça nas mudanças climáticas,
porque afetam comunidades pobres e países pobres que não são responsáveis pelas
emissões de gases.
Por
que o maior impacto sobre as pessoas pobres não ganha evidência?
M.R.:
Acho que as pessoas não têm uma compreensão completa em relação a isso. E
também não se sentem suficientemente responsáveis. Temos que trazer à luz a
injustiça da mudança climática e torná-la mais visível. [...] E o aspecto
financeiro? Nem todos concordam em financiar as mudanças necessárias.
M.R.:
Precisamos ver as finanças climáticas como uma forma de deixar o mundo mais
seguro para todos, fornecendo tecnologia e investimentos aos países em
desenvolvimento para uma transição bem rápida para a energia renovável. [...]
Governos e líderes empresariais parecem muitas vezes mais interessados no
aspecto econômico.
Como
incluir as pessoas nas soluções?
M.R.:
Foi por isso que criei minha fundação, que é voltada à justiça climática.
Precisamos colocar as pessoas no centro de todas as ações relacionadas ao
clima, ou iremos cometer erros. Por exemplo, em 2007, 2008, havia um grande
movimento para transformar o milho em etanol nos Estados Unidos. Isso fez com
que os preços de alimentos subissem e foi muito ruim para as comunidades
pobres. Tenho ouvido cada vez mais sobre grandes projetos, grandes
hidrelétricas, florestamento que tentam ser positivos para o clima, mas não são
bons para os pequenos proprietários de terra, atropelam os direitos dos povos
indígenas, das pessoas pobres. Isso não é aceitável.
Como a
senhora vê os direitos humanos atualmente?
M.R.:
É difícil responder globalmente. Há uma preocupação com o que é descrito como o
fechamento de espaço para ação da sociedade civil. Em outras palavras, é mais
difícil para a sociedade civil ser influente. A chamada guerra contra o terror
tem feito até protestos legítimos serem caracterizados como terrorismo. E há um
grande movimento para proibir ou reduzir a ação das ONGs. Muitos países estão
suspendendo o financiamento externo para as organizações não governamentais. E
se não conseguem recursos do exterior é muito mais difícil para elas
financiarem suas atividades que são responsabilizar os governos pela garantia
de direitos humanos... É um grande problema, há muitos mais. [...]
As
mudanças climáticas podem gerar refugiados do clima?
M.R.:
Tenho certeza de que veremos o clima como fator de deslocamento das pessoas,
porque estão sofrendo com secas severas, inundações severas. Há estimativas de
que em 2050 poderemos ter algo entre 50 e 200 milhões de refugiados do clima.
Nem podemos chamá-los de refugiados, porque eles não têm esse status.
Como a
senhora vê a atual situação?
M.R.:
Falamos sobre direitos humanos e sobre problemas do clima e isso pode ser
deprimente. Esses problemas são muito sérios. Acredito que existem duas formas
de olhar para isso. Uma é ver o quanto isso é ruim e descrever o quanto isso é
ruim. E tudo fica muito negativo, não há energia, não há oxigênio para fazer
nada. A outra é ver que a situação é difícil, mas que há pessoas corajosas
lutando contra isso e que podemos tentar ajudá-las.
Eu
sempre pego emprestada uma expressão do meu amigo arcebispo Desmond Tutu.
Estivemos em um painel em Nova Iorque, há alguns anos, com pessoas jovens, e
ele fica muito entusiasmado quando está com jovens. Havia lá uma jornalista
que, de forma até um pouco ríspida, perguntou a ele como se mantinha otimista.
E ele respondeu: "Minha cara, não sou um otimista, sou um prisioneiro da
esperança". Isso foi profundamente importante para mim. Você precisa ter
esperança, que é a energia para fazer mudanças. Adaptado de:
Como
você pode perceber, a ex-presidente da Irlanda tem opiniões claras a respeito
do impacto que as mudanças climáticas têm na vida das pessoas. Ela, em sua
argumentação, apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à
consequente ameaça aos direitos humanos.
A
partir da leitura do texto
motivador e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija um texto dissertativo, em modalidade escrita
formal da língua portuguesa, sobre este tema: “Mudanças climáticas e direitos humanos” . Lembre-se
de apresentar propostas de intervenção que respeitem os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Você pode
mencionar a ex-presidente da Irlanda, concordando com suas ideias ou refutando
seu ponto de vista.
(Prova
de redação UFRGS/2022 adaptada por Marileia Marchezan)