quinta-feira, 26 de maio de 2022

Tema 287: A pobreza infantil e seus impactos na adolescência e na fase adulta

 


Pesquisa publicada pela revista científica European Child & Adolescent Psychiatry mostra uma associação entre pobreza infantil e maior propensão para desenvolver transtornos externalizantes, como déficit de atenção e hiperatividade, na juventude, especialmente entre mulheres.

         Os pesquisadores concluíram que a pobreza multidimensional e a exposição a situações estressantes, entre elas mortes e conflitos familiares, são fatores de risco evitáveis que precisam ser enfrentados na infância para reduzir o impacto de transtornos mentais na fase adulta. Foram levados em consideração o nível educacional dos pais, as condições de moradia e infraestrutura das famílias, acesso a serviços básicos, entre outros.

         Os autores do artigo destacaram que, nas análises estratificadas por gênero, a pobreza infantil teve consequências prejudiciais especialmente para as mulheres. A hipótese é que as meninas pobres têm menos chance de diagnóstico precoce de problemas, seja na família ou na escola. Além disso, elas assumem mais tarefas desde cedo em casa, como cuidar de irmãos mais novos e de pessoas doentes. Essa sobrecarga expõe a mais eventos estressantes, que aumentam as chances de apresentar problemas mentais quando adultas”.

         Os transtornos externalizantes também foram particularmente prejudiciais para as mulheres nos resultados educacionais, principalmente em relação ao atraso escolar, como mostrou um outro trabalho do grupo, recém-publicado na revista Epidemiology and Psychiatric Sciences. Essa pesquisa, realizada com a mesma base do BHRC, concluiu que pelo menos dez a cada cem meninas que estavam fora da série escolar adequada para sua idade poderiam ter acompanhado a turma se transtornos mentais, principalmente os externalizantes, fossem prevenidos ou tratados. No caso da repetência, cinco em cada cem alunas não teriam reprovado (leia mais em https://agencia.fapesp.br/37419/).

         "Crianças e jovens com problemas externalizantes podem ter mais chance de impacto negativo no aprendizado, no desenvolvimento social, no mercado de trabalho, aumentando assim a possibilidade de se manterem na pobreza quando adultos”, completa Ziebold. No Brasil, a chance de um filho repetir a baixa escolaridade dos pais é o dobro da probabilidade de que isso ocorra nos Estados Unidos, por exemplo, e bem acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de 38 países ricos e emergentes.

         Quase seis a cada dez brasileiros (58,3%) cujos pais não tinham o ensino médio completo também pararam de estudar antes de concluir essa etapa. Entre os americanos, o percentual cai para 29,2% e na OCDE fica em 33,4%, de acordo com estudo (https://imdsbrasil.org/indicadores) do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), que analisou as transformações educacionais entre gerações.

 

https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2021/12/26/pesquisa-mostra-ligacao-entre-pobreza-na-infancia-e-desenvolvimento-de-transtornos-mentais-na-fase-adulta.ghtml

Por Luciana Constantino, da Agência Fapesp

     A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A pobreza infantil e seus impactos na adolescência e na fase adulta.

Se escrever na modalidade ENEM, lembre-se de  apresentar proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. 

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