GRÊMIO, MEU GREMINHO DO
CORAÇÃO...
POR QUE NÃO XINGASTE DE
VIADO, PUTO, BOIOLA COMO TODOS OS OUTROS?
POR QUE NÃO FIZESTE
PARTE DAS 234 MORTES NO FUTEBOL BRASILEIRO EM 25
ANOS?
POR QUE NÃO AS 30
MORTES EM 2013?
POR QUE NÃO MATOU UM
ADOLESCENTE NA BOLÍVIA?
GRÊMIO, POR QUE NÃO
APRESENTOU UM MENOR DE IDADE COMO RESPONSAVEL?
POR QUE NÃO CHAMOU OS
JOGADORES E O JUIZ DE FILHO DA PUTA, COMO SE FAZ E SEMPRE SE FEZ?
GRÊMIO, Ó GRÊMIO, POR
QUE NÃO FOI FORMADO NO RIO DE JANEIRO OU EM SÃO PAULO, PARA QUE PUDESSE FAZER O
QUE BEM ENTENDESSE SEM PRECISAR TEMER A JUSTIÇA?
GRÊMIO, TU, TIME
RETRÓGRADO, TIME RACISTA E HOMOFÓBICO, DA PRIMEIRA TORCIDA GAY DO BRASIL. TU,
QUE TEM UMA UNICA ESTRELA NA BANDEIRA, DE UM JOGADOR NEGRO. TEU. TU, QUE TEM
TEU HINO ESCRITO POR UM IDOLO DA MUSICA, UM IDOLO NEGRO, QUE DESMENTIU HÁ
DÉCADAS ATRÁS TUA DITA HISTÓRIA DE RACISMO E INTOLERANCIA, ENQUANTO TEU
CO-IRMAO FOI TAXADO DE TIME DO POVO.
GRÊMIO, TENS CULPA SIM,
CARREGA CONTIGO A CULPA DOS ATOS DE TUA TORCIDA, DE UMA PEQUENA PARTE DELA, MAS
MAIS DO QUE ISSO, CARREGA O PESO DE SER O EXEMPLO, DE SER UM TIME DO ESTADO
SEPARATISTA, DE SER UM TIME DE UM ESTADO ONDE TODOS HOMENS SÃO HOMOSSEXUAIS,
CARREGA O PESO DE ANOS DE IMPUNIDADE E PASSIVIDADE DAS AUTORIDADES EM RELAÇÃO
AO QUE ACONTECE NO FUTEBOL.
ERROU, GRÊMIO, ERROU
FEIO. ISSO NÃO SE DISCUTE. MAS NA VIDA, TUDO É APRENDIZADO. NA PROXIMA VEZ,
TENTE ESPANCAR A CABEÇA DE UM TORCEDOR INCONSCIENTE COM UMA BARRA DE FERRO.
A.D.
Artigo| O
MACACO TEVE CONTEXTO? SIM, TEVE
29 de
agosto de 201422
ROGER BAIGORRA MACHADO
Coordenador Administrativo do Campus Uruguaiana da Unipampa
Coordenador Administrativo do Campus Uruguaiana da Unipampa
A
menina errou, claro que sim. Que ela está arrependida, não duvido. Que há uma
superexposição da sua imagem, óbvio. Que isso vai marcar ela para o resto da
sua vida, vai. Que tem um monte de gente se aproveitando para dar discurso de
cuecas, já li e ouvi, afinal, esta é uma situação que os generalistas e
moralistas de plantão adoram. Que a menina e todos os que ofenderam o goleiro
merecem punição, merecem. Afinal, a lei foi criada para isso. Mas que existe um
contexto para tudo isso, existe. E não me entendam mal, contexto não é
justificativa ou explicação para o absurdo.
Dentro desse contexto chamado estádio de futebol, muitos vão para torcer e ofender o juiz, ameaçar o bandeirinha, a outra torcida, o time adversário e o seu próprio time. Dentro desse contexto, o juiz vira “filho de uma @#$%” e o bandeirinha filho de outra. E, enquanto a partida segue, o jogador do time adversário vira “veado”, “mercenário” e tantas outras ofensas. No campo, o jogador simula faltas, depois dá soco e cotovelada. E o juiz apita com medo de ter o carro destroçado. Dentro desse contexto, cartola rouba medalha na frente das câmeras e vira presidente de confederação. E, depois de tudo isso, enfim, o jogo acaba.
E as torcidas? Elas quase se matam na entrada e na saída, quando não durante; quando não morrem mesmo. E, duas horas depois, o juiz sai do estádio escoltado. Para muitos, nada disso importa, nem o roubo, nem a falta de ética, nem a corrupção, nem a homofobia, nem as ofensas e nem a violência. Tudo perde importância perante a palavra macaco. Que poder seletivo incrível tem a moral de muitos comentaristas de redes sociais e de outras mídias? Ou tratamos tudo da mesma maneira, com a mesma atenção e rigor, promovendo uma transformação do espetáculo, ou jogamos todo o peso da nossa hipocrisia numa única palavra, ou melhor, numa única menina. Aquela menina faz parte deste contexto de falta de ética e de desrespeito com o outro, assim como o fazem os jogadores, os cartolas, as torcidas, os comentaristas e todos os que ganham dinheiro ao redor desse esporte. Ou atacamos tudo que está de errado, ou seguimos demonizando apenas aquilo que nos é conveniente, numa fugaz e confusa moral. Novamente, afirmo que o contexto em que surgiu a ofensa não justifica e nem explica o absurdo ocorrido, mas compreendê-lo deveria nos tornar menos hipócritas, e querer transformá-lo, mais humanos.
Dentro desse contexto chamado estádio de futebol, muitos vão para torcer e ofender o juiz, ameaçar o bandeirinha, a outra torcida, o time adversário e o seu próprio time. Dentro desse contexto, o juiz vira “filho de uma @#$%” e o bandeirinha filho de outra. E, enquanto a partida segue, o jogador do time adversário vira “veado”, “mercenário” e tantas outras ofensas. No campo, o jogador simula faltas, depois dá soco e cotovelada. E o juiz apita com medo de ter o carro destroçado. Dentro desse contexto, cartola rouba medalha na frente das câmeras e vira presidente de confederação. E, depois de tudo isso, enfim, o jogo acaba.
E as torcidas? Elas quase se matam na entrada e na saída, quando não durante; quando não morrem mesmo. E, duas horas depois, o juiz sai do estádio escoltado. Para muitos, nada disso importa, nem o roubo, nem a falta de ética, nem a corrupção, nem a homofobia, nem as ofensas e nem a violência. Tudo perde importância perante a palavra macaco. Que poder seletivo incrível tem a moral de muitos comentaristas de redes sociais e de outras mídias? Ou tratamos tudo da mesma maneira, com a mesma atenção e rigor, promovendo uma transformação do espetáculo, ou jogamos todo o peso da nossa hipocrisia numa única palavra, ou melhor, numa única menina. Aquela menina faz parte deste contexto de falta de ética e de desrespeito com o outro, assim como o fazem os jogadores, os cartolas, as torcidas, os comentaristas e todos os que ganham dinheiro ao redor desse esporte. Ou atacamos tudo que está de errado, ou seguimos demonizando apenas aquilo que nos é conveniente, numa fugaz e confusa moral. Novamente, afirmo que o contexto em que surgiu a ofensa não justifica e nem explica o absurdo ocorrido, mas compreendê-lo deveria nos tornar menos hipócritas, e querer transformá-lo, mais humanos.
A
partir dos textos de apoio e de tuas vivências, escreve um texto
dissertativo-argumentativo sobre o tema:
OFENSAS EM CAMPO
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