Prof.ª Marileia Marchezan - Redação
domingo, 17 de agosto de 2025
Tema 307: Desafios para combater a adultização precoce das crianças brasileiras
Adultização
precoce
A adultização
precoce acontece quando crianças e adolescentes são expostos a
conteúdos, comportamentos, responsabilidades ou padrões estéticos típicos da
vida adulta antes do tempo. Esse processo pode acontecer de forma direta,
quando há incentivo explícito a essas práticas, ou indireta, por meio da
exposição constante a referências e valores que antecipam etapas da vida.
Isso
interfere no desenvolvimento físico, emocional e social das crianças,
principalmente das meninas, expostas também à erotização. Acontece até na hora
da brincadeira, com a oferta de bonecas que reforçam padrões de beleza
inalcançáveis.
A
adultização precoce é também uma forma de exploração infantil, pois envolve o
uso da imagem, do corpo e da vivência de crianças para gerar lucro, audiência
ou atender interesses comerciais e de entretenimento, frequentemente sem
considerar seu bem-estar ou respeitar direitos adquiridos.
Desde
a década de 1990, especialistas alertam para os impactos dessa exposição, como
o estímulo à sexualidade precoce, a pressão estética e a incorporação de
comportamentos que não condizem com a idade.
Historicamente,
esse fenômeno foi observado em diferentes meios, especialmente na televisão,
quando programas, novelas e publicidade colocavam crianças em papéis adultos ou
as apresentavam de forma sexualizada para atrair audiência. Não era raro
encontrar crianças sendo representadas por atores muito mais velhos que elas,
por exemplo.
A
adultização precoce também aparece na sexualização de personagens de programas
e filmes infantis. Elementos do universo adulto — como sapatos de salto alto e
maquiagem — são apresentados às garotas, com efeitos psicológicos
significativos. Segundo a Pretty Foundation, 38% das meninas de até 4 anos
estão insatisfeitas com seu corpo. Entre as de 9 a 10 anos, mais da metade
gostaria de perder peso, e 36,58% já fazem dietas.
Essas
mensagens afetam de forma ainda mais intensa meninas negras, que lidam com a
pressão estética somada ao racismo estrutural. Ao se depararem com tais
referências, muitas crianças passam a acreditar que só serão aceitas
socialmente se reproduzirem esses comportamentos e padrões.
Na
internet e nas redes sociais
Com a
expansão das redes sociais, a adultização precoce ganhou novas formas e
alcance, amplificada por algoritmos e estratégias de monetização que priorizam
conteúdos com alto potencial de engajamento — independentemente de serem
prejudiciais ao desenvolvimento infantil. Casos recentes incluem:
- Influenciadores mirins:
crianças que produzem conteúdo com rotina, aparência ou linguagem de
adultos, incentivadas a sensualizar, usar maquiagens pesadas ou adotar
discursos e comportamentos incompatíveis com sua idade. Quanto mais visual
e chamativo for o conteúdo, mais ele é impulsionado pelos algoritmos — e
isso não considera a proteção da criança, apenas o lucro da plataforma.
- Crianças promovendo jogos de azar:
investigações mostraram que menores de idade têm sido usados para
divulgar, em redes sociais, jogos ilegais como o “Jogo do tigrinho”. O
objetivo é dar uma aparência de inocência ao produto — prática proibida no
Brasil – e atrair o público mais jovem.
- Famílias influenciadoras:
perfis que transformam a vida cotidiana de crianças em conteúdo
monetizado, expondo detalhes íntimos, dificuldades e momentos
constrangedores para milhões de pessoas.
- Vídeos com sexualização precoce:
coreografias, desafios e encenações com conotação sexual, amplamente
difundidos por algoritmos que favorecem vídeos com alto apelo visual.
Conteúdos sexualizados com crianças são até 10 vezes mais recomendados
pela plataforma do que conteúdos comuns, aumentando a exposição a públicos
de risco.
Responsabilidade
e enfrentamento
A
responsabilidade pela adultização precoce não deve recair apenas sobre famílias
ou indivíduos. Plataformas digitais e empresas que lucram com a exposição da
imagem de crianças devem ser responsabilizadas por permitir, impulsionar e
monetizar esse tipo de conteúdo.
Para
combater esse problema, o Criança e Consumo, iniciativa do Instituto Alana,
produz conteúdos de conscientização, aciona o poder público e denuncia práticas
abusivas. Em 2024, por exemplo, denunciou ao Ministério Público de São Paulo a
presença de influenciadores mirins promovendo sites de apostas, apontando a
responsabilidade da Meta (dona do Instagram) e de empresas do setor.
Garantir
o direito de crianças e adolescentes a uma infância protegida exige
regulamentação das plataformas, fiscalização da publicidade direcionada,
campanhas educativas e compromisso ético das empresas. A internet hoje não é
segura para crianças e adolescentes — e protegê-los é dever de todos, inclusive
do governo e das big techs.
A
demanda da sociedade é clara: 9 em cada 10 brasileiros acreditam
que as redes sociais fazem menos do que deveriam para proteger esse público. Ao
mesmo tempo, 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos já acessam a
internet, e o Brasil está entre os países com maior tempo de uso de telas.
Nesse contexto, o PL 2628/2022, em
discussão na Câmara dos Deputados, é a proposta legislativa mais completa e
avançada para responder a essa necessidade. O projeto estabelece regras para
proteger crianças e adolescentes no ambiente digital, restringindo a coleta de
dados, a veiculação de publicidade direcionada e a recomendação de conteúdos
potencialmente nocivos. Portanto, sua aprovação é defendida por organizações da
sociedade civil como passo decisivo para responsabilizar plataformas e
empresas, garantindo que a lógica do lucro não se sobreponha aos direitos da
infância, além de reafirmar o compromisso do Congresso Nacional com a proteção prioritária
de crianças e adolescentes no ambiente digital. Fonte: alana.org.br
A partir do texto motivador e de seus conhecimentos, escreva um texto
dissertativo-argumentativo sobre o tema: Desafios para combater a adultização precoce das crianças brasileiras.
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Tema 306: Desafios para a prevenção e o enfrentamento do vício em apostas digitais no Brasil
Escreva um texto dissertativo-argumentativo, entre 8 e 30 linhas sobre este tema: Desafios para a prevenção e o enfrentamento do vício em apostas digitais no Brasil.
Texto I
Setor de apostas em alta
Matheus Gouvea de Andrade
30/07/2024
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em junho mostra que o apelo das apostas é mais forte entre os jovens e que também são eles que arriscam mais seu orçamento. Do total dos entrevistados, 29% dos apostadores têm de 25 a 34 anos; 22% de 35 a 44 anos; 15% de 18 a 24 anos; 13% têm 65 anos ou mais; 12% de 45 a 54 anos; e 10% de 55 a 64 anos.
Dos apostadores consultados no estudo, 64% afirmaram utilizar a renda principal para realizar as apostas online, e 63% tiveram parte do orçamento comprometido; 28% dos que deixaram de comprar algo têm entre 18 a 24 anos, contra apenas 5% entre os 55 a 64 anos.
Uma regulamentação desse setor no Brasil está a caminho. Por outro lado, os cassinos online – onde se enquadra o Jogo do Tigrinho, por exemplo – não são permitidos no país, e as plataformas normalmente usam sedes no Caribe e em ilhas como Malta.
O estudo da SBVC revelou ainda que 49% dos apostadores aumentaram a frequência de suas apostas em 2024. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre investidores no Brasil destacou o setor: em 2023, 14% dos brasileiros usaram as plataformas de apostas. Para 40%, deles, a atividade é uma forma de ganhar dinheiro rápido em momentos de necessidade, com 22% a considerando uma forma de investimento financeiro.
Fonte: band.uol.com.br/noticias/apostas-e-pix-impulsionam-agiotagem-no-brasil-202407301150
Fonte: instagram.com/p/C_vMgf8J_su/
Texto III
Brasil vive epidemia de vício em apostas online
Priscila Carvalho
25/09/2024
Desde a regulamentação das apostas online em 2018, pelo então presidente Michel Temer, a prática de jogos de azar cresceu de forma expressiva no Brasil. Hoje, o país ocupa a terceira posição mundial em consumo de casas de apostas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra, de acordo com dados da Comscore, empresa especializada em análise de dados.
O aumento desse hábito tem gerado preocupação entre especialistas da saúde, que veem o jogo como uma questão de saúde pública. Bruna Lopes, psicóloga e pesquisadora do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (Proamiti), da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a busca por tratamento de problemas relacionados a jogos de azar triplicou desde a liberação.
Essa escalada nos números também foi confirmada pelo psiquiatra Marcelo Santos Cruz, coordenador do Programa de Estudos e Assistência ao Uso Indevido de Drogas e vice-diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ele destaca que o problema não se limita aos jogadores, mas afeta profundamente suas famílias. Além disso, a falta de regulamentação efetiva e políticas públicas claras agrava o cenário. "O que vemos é um crescimento enorme dessas atividades, tanto nos jogos de celular quanto nas apostas esportivas, e muito pouco controle governamental. Isso é extremamente preocupante do ponto de vista da saúde mental", alerta o psiquiatra.
Fonte: dw.com/pt-br/brasil-vive-epidemia-de-v%C3%ADcio-em-apostas-online/a-70319947
Fonte do tema de redação: https://www.todamateria.com.br/redacao-sobre-o-vicio-em-apostas-e-jogos-online-no-brasil-como-fazer-e-exemplos/
terça-feira, 13 de maio de 2025
Tema 305: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO BRASILEIRO
Texto 1
Na educação
básica, os cidadãos começam a ser formados com o pensamento de que serão o
futuro do país. Nessa importante fase da
criança e do adolescente, serão transmitidos os conceitos e os fundamentos
educacionais com vistas a formar pessoas éticas e profissionais competentes. Sabemos
que a educação básica é primordial para o desenvolvimento integral do indivíduo,
preparando-o para o exercício da cidadania, tendo em vista que tem como base
conhecimentos, habilidades e competências fundamentais para a vida adulta, tais
como: proficiência em leitura, em escrita e em matemática; além de desenvolver
o pensamento crítico. Em teoria, na educação básica, os indivíduos
desenvolvem-se física, intelectual, emocional e socialmente, o que os torna
cidadãos aptos para (con)viver democraticamente em sociedade, conhecendo seus
direitos e deveres. Marileia Marchezan
Texto 2
Devido as
recentes mudanças, nem todos sabem como é formada a educação básica brasileira.
Essa primeira etapa educacional visa a formação cidadã dos jovens brasileiros.
Para isso, divide em fases, cada uma com objetivos distintos. Essas categorias
também se organizam de formas diferentes, possuindo características e metodologias
próprias.
Etapas da
educação básica
A educação
básica é formada por três grandes etapas: educação infantil, ensino fundamental
e ensino médio. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a
educação básica é obrigatória a partir dos quatro anos de idade. O Estado
libera o ensino na iniciativa privada, desde que sejam atendidas as condições
estabelecidas na legislação. Fonte: www.educamaisbrasil.com.br
Texto 3
A informação é da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024″.
A maior parte das pessoas que não terminou a escola está entre 18 a 24 anos. Veja abaixo:
- De 15 a 17 anos – 515 mil
- De 18 a 24 anos – 4,5 milhões
- De 25 a 29 anos – 4,1 milhões
63,7% dos jovens que deixaram a educação básica incompleta não chegou a completar o ensino médio. Desses, 39,4% não concluíram o ensino fundamental e 24,3% concluíram a etapa.
Segundo o IBGE, a maioria (53,6%) dos jovens de 15 a 17 anos, que abandonaram a escola antes de terminar, não concluíram o ensino fundamental. Em relação aos jovens de 18 a 24 anos, grupo de pessoas que já poderia ter finalizado a escola, 59,6% largaram os estudos antes do ensino médio. Fonte: CNN
Texto 4:
Fonte:
Murieli Vendrami
Texto 5:
O
Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram , nesta quinta-feira,
22 de fevereiro, em coletiva de imprensa, os dados do Censo
Escolar 2023 , além de indicadores calculados com base
na principal pesquisa estatística da educação básica. O Censo
Escolar sinaliza, entre outras evidências, a importância do
Pé-de-Meia : poupança do ensino médio lança da pelo
governo federal com o intuito de enfrentar a repetência e evasão nessa etapa de
ensino.
De acordo com o Censo Escolar , o ensino médio é a etapa com maior taxa de repetência e evasão, com 3,9% e 5,9%, respectivamente . Para o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, apesar d e o Brasil estar caminhando para reduzir a evasão escolar, o ensino médio ainda é uma etapa de ensino que precisa reverter esse quadro. “ Não podemos deixar ninguém para trás! O Pé-de-Meia complementa uma série de iniciativas do governo federal para tornar a escola mais atrativa. É por isso que queremos mais vagas para a Escola em Tempo Integral e mais conectividade para fins pedagógicos nas instituições de educação básica de todo o Brasil ”, afirmou. Fonte: www.agencia.gov
A partir dos
textos motivadores e de seus conhecimentos, escreva um texto dissertativo, em
prosa, entre 15 e 30 linhas sobre o tema:
A IMPORTÂNCIA
DA EDUCAÇÃO BÁSICA PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO BRASILEIRO
sábado, 18 de novembro de 2023
Terma 304: O racismo ambiental e a necessidade de justiça socioambiental no Brasil
TEXTO 1
O racismo ambiental é uma forma de desigualdade socioambiental que afeta principalmente as comunidades marginalizadas, como pessoas negras, indígenas e pobres. Essas comunidades sofrem os impactos negativos da degradação ambiental e da falta de acesso a recursos naturais e serviços ambientais, enquanto as populações mais privilegiadas usufruem de uma maior proteção ambiental e melhores condições de vida.
O racismo ambiental se manifesta de várias formas, como por exemplo, na localização de lixões e aterros sanitários próximos a comunidades de baixa renda e majoritariamente compostas por pessoas negras e indígenas, na poluição do ar em bairros mais pobres, na falta de acesso à água potável e saneamento básico em comunidades rurais e periféricas, entre outros casos.
Um exemplo marcante é o desastre de Bhopal, na Índia, em 1984, quando um vazamento tóxico da fábrica de pesticidas da empresa Union Carbide matou milhares de pessoas e deixou muitas outras doentes e incapacitadas. A maioria das vítimas era composta por pessoas pobres e marginalizadas, que viviam em bairros próximos à fábrica. A empresa responsável pelo desastre não tomou as medidas necessárias para proteger essas pessoas, mostrando uma clara desigualdade socioambiental.
Outro exemplo é o caso da cidade de Flint, nos Estados Unidos, onde uma crise de água potável afetou principalmente a população negra e de baixa renda, que não tinha acesso a água potável devido à falta de investimentos em infraestrutura e à contaminação por chumbo devido a tubulações antigas.
No Brasil, por exemplo, na região amazônica, onde comunidades indígenas foram expulsas de suas terras para dar lugar a grandes projetos de mineração e agropecuária. As comunidades indígenas da região sofrem com a perda de suas terras ancestrais, a destruição de habitats naturais e a contaminação de suas águas e solos.
A desigualdade socioambiental também afeta o acesso a oportunidades econômicas e sociais. As comunidades marginalizadas muitas vezes têm menos acesso a empregos, educação e serviços públicos de qualidade, o que leva a um ciclo vicioso de desvantagem social e econômica.
Fonte (para ler mais): https://cee.fiocruz.br/?q=racismo-ambiental-as-consequencias-da-desigualdade-socioambiental-para-as-comunidades-marginalizadas
TEXTO 2
A partir dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: O racismo ambiental e a necessidade de justiça socioambiental no Brasil.
segunda-feira, 24 de outubro de 2022
Tema 303: Desafios para incentivar a prática da leitura desde a infância.
A
leitura é um hábito que se cria, e como todo hábito deve ser cultivado no dia a
dia das crianças para se tornar uma rotina comum e familiar. Os pequenos
geralmente aprendem a ler por volta dos cinco anos, mas precisam ser inseridos
no mundo da leitura antes dessa idade. Para isso, devemos aproveitar o
comportamento infantil natural de observação e imitação das atitudes dos pais,
além de relacionar a atividade a outras atrativas e divertidas. O primeiro passo é tornar os livros mais
atraentes, e aí entra o papel fundamental dos pais ou responsáveis. “Para as
crianças se apaixonarem pelos livros, não é preciso saber ler. Isso pode
acontecer sem que elas sejam alfabetizadas. Elas precisam ser estimuladas a ter
contato com a leitura antes mesmo de completarem um ano. É necessário que o
educador passe um tempo lendo para a criança. A leitura infantil pode ser feita
de inúmeras maneiras, mas o ideal é que seja de modo lúdico. Vale apostar em
encenações teatrais, fantasias, fantoches e contar com a ajuda de algum
instrumento musical que o leitor saiba tocar, sempre estimulando e incentivando
a participação do pequeno na brincadeira”, sugere Ramicelli (Paulo Ramicelli,
assessor da diretoria do Instituto EDP, entidade responsável pelo projeto “Ler
é uma Viagem”).
Leitura
infantil no Brasil
A educação e sua qualidade estão
ligadas diretamente à leitura. O aperfeiçoamento do vocabulário e da escrita
contribui para a criatividade do leitor, portanto, cabe aos pais e professores
orientar e buscar maneiras de desenvolver tais habilidades.
Contudo, a realidade da leitura
infantil no Brasil é preocupante. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro em 2012, que entrevistou 93% da
população brasileira com cinco anos ou mais, cerca de 85% das pessoas afirmaram
que nas horas vagas gostam de assistir à televisão. Apenas 28% citaram a
preferência por ler um livro. Em média, o brasileiro lê pouquíssimo:
apenas quatro livros por ano, e dois desses ainda por partes. A importância do
estímulo externo fica nítido pelos dados da pesquisa. Cerca de 87% dos
entrevistados não leitores (que não leram nenhum livro nos últimos três meses
anteriores ao levantamento) nunca foram presenteados com livros.
Aproximadamente 63% nunca viram a mãe lendo, número que sobe para 68% quando se
trata do exemplo paterno. Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/como-incentivar-a-leitura-nas-criancas/
A partir dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "Desafios para incentivar a prática da leitura desde a infância.” Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
domingo, 2 de outubro de 2022
Tema 302: Caminhos para aceitar e enfrentar o luto.
Texto I
Após a Segunda
Guerra Mundial, multiplicaram-se as pesquisas sobre o estresse pós-traumático e
o luto. É possível que a pandemia do novo coronavírus produza uma nova leva de
estudos sobre esses temas, além de provocar uma grande mudança social, na medida
em que o rompimento de vínculos humanos ganhou atenção.
Mas, afinal, o que é o luto?
Para o grande
teórico da psicologia John Bowlby, o luto é um processo natural que ocorre em
reação a um rompimento de vínculo. Dessa forma, o processo de luto abarca
situações relacionadas ao contexto de perda em geral, seja o falecimento de um
ente querido, a mudança de um papel social ou a perda de uma possibilidade de
futuro. É a sensação de que “algo nos foi tirado”, algo que era tão nosso e que
não deveria, absolutamente, ter sido tomado de nós. (...). Um levantamento recente sobre o tema, diante
de outros surtos de doenças infecciosas, como a cólera e o ebola, aponta que o
isolamento dos doentes e a impossibilidade de realizar os rituais pós-morte,
específicos a cada cultura, causam impacto negativo no processo de luto de uma
comunidade. Ainda não temos estudos robustos sobre o real efeito do novo
coronavírus nesse quesito e no chamado luto complicado — quando esse processo
se torna um problema de saúde. Mas algumas pesquisas sugerem um aumento na
intensidade e no prolongamento dos sintomas vivenciados pelo luto. Como
familiares, a sensação de impotência é devastadora. Aos profissionais de saúde,
cabe o desafio de viabilizar a manutenção da saúde mental e a dignidade dos
pacientes e familiares ao criar estratégias para o contato remoto por meio de
chamadas de vídeo ou áudio, cartas… A inovação e a humanização também são
ferramentas do cuidar. (...) Os rituais fúnebres desempenham um papel
importantíssimo nesse contexto, com todas as suas variabilidades sociais,
históricas e culturais. E não devemos nos esquecer que o processo do morrer
interfere no enfrentamento do luto. Uma morte em meio à restrição de recursos
terapêuticos, com sofrimento — o que pode acontecer em regiões onde há perda do
controle do coronavírus — é mais difícil de processar.
PAVANI, Natalia.
Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/luto-em-tempos-de-pandemia-o-que-muda-ao-dizer-adeus/
Texto II
Com tantas perdas
Brasil afora, nós estaríamos experimentando um luto coletivo? Possivelmente,
sim. Estamos coletivamente em luto, mas
é diferente. Luto coletivo não ocorre quando muitos de nós lamentamos nossas
mortes ao mesmo tempo, e sim quando todos compartilham uma dor em comum.
Talvez seja isso
que tenha ocorrido com a morte do Paulo Gustavo. Com sua simpatia, ele cativava
o país inteiro. (...) Sua morte aglutina, de alguma maneira, todas as outras,
nos levando a um luto coletivo: todos juntos lamentando a mesma perda. (...)
BARROS, Daniel
Martins de. Disponível em:
https://www.terra.com.br/diversao/cinema/morte-de-paulo-gustavo-simboliza-o-sofrimento-de-um-pais-inteiro,613ab6cc35792ecd0edb0e0e5d23d330ba3gqvao.html.
Acesso em 6.jul.2022.
Texto III